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A ingestão regular de bebidas alcoólicas tem se mostrado um paradoxo. Enquanto o seu uso responsável está relacionado a fins medicinais, religiosos e festivos, o excesso pode gerar consequências individuais e coletivas catastróficas. O abuso do álcool é a terceira causa de morte evitável, atrás apenas do tabagismo e da obesidade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que para evitar problemas com o álcool, o consumo aceitável é de até 30 g por dia para homens e até 20 g para mulheres. Cada 10 g de álcool equivale a 300 ml de cerveja, a 120 ml de vinho ou 30 ml de bebida destilada.
"Porém, esta unidade de medida não leva em consideração importantes diferenças individuais, como metabolismo, vulnerabilidade genética e estilo de vida. Estas características podem levar a uma maior ou menor intoxicação pelo álcool", diz Leandro Ramos, oncologista da Oncomed BH.
A ingestão excessiva de bebida alcóolica além de deteriorar a vida social e familiar do indivíduo, causa inúmeras doenças, entre elas o câncer. Confira os mais comuns:
Câncer de mama: um importante estudo publicado por Chen (JAMA 2011) analisou a relação entre o álcool e o câncer de mama em mais de 100 mil mulheres. Os dados evidenciaram que o consumo de 10 g de álcool/dia aumenta em 10% o risco da doença.
Câncer gastrointestinais: um estudo europeu coordenado por Schutze (BMJ 2011) analisou mais de 350 mil pessoas e mostrou aumento do risco em até 44% para o surgimento de alterações celulares (neoplasias) do esôfago e do estômago, aumento de 33% no risco do câncer originário do fígado e 17% de aumento no risco do câncer de intestino grosso.
Câncer de boca e pescoço: o risco de câncer nesta região está intimamente relacionado ao consumo de álcool. Um recente estudo coordenado por Bagnardi (Ann Oncol 2013), mostrou que mesmo quantidades pequenas de álcool consumidas diariamente, aumentam o risco de câncer da orofaringe. A associação entre cigarro e álcool aumenta ainda mais o risco.