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Você sabia que, em 2014, 5,8 trilhões de cigarros foram fumados no mundo? E que, no Brasil, gasta-se R$ 21 bilhões para tratar doenças relacionadas ao tabaco? Considerando que o setor tabagista pagou, em 2011, R$ 6,3 bilhões em impostos, o Brasil gasta mais de três vezes do que arrecada com produtos desse segmento.
Os números mostram que por mais que a preocupação com o combate ao tabagismo cresça no Brasil, muito ainda precisa ser feito. “O índice de experimentação do cigarro entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos ainda é alto, e o tabaco ainda é muito lucrativo. No primeiro trimestre de 2014, a Souza Cruz teve um lucro de R$ 443 milhões”, afirmou Mônica Andreis, vice-diretora da Aliança de Controle ao Tabagismo (ACT+).
Uma das grandes conquistas em prol de um Brasil sem tabaco aconteceu em 2011, com a Lei 12.546, que proibiu a publicidade de tabaco em pontos de venda, aumento de preços e impostos pelas empresas fabricantes, ambientes fechados 100% livres de fumo e aumento das imagens de advertências sanitárias.
Hoje, apesar desses avanços, vê-se o aumento de estratégias para diversificar os produtos, como o aumento da cultura de consumo do narguilé e do cigarro eletrônico, que ainda não foi aprovado pela Anvisa no Brasil.
Os estragos do tabagismo no Brasil e no mundo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6 milhões de pessoas morrem a cada ano pelo uso direto ou indireto do tabaco. A World Heart Organization (WHO) também estima que fumar causa cerca de 71% dos cânceres de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e 10% das doenças cardiovasculares.
Já no Brasil, a situação crítica causada pelo uso do cigarro não é diferente. O estudo “Carga das Doenças Tabaco Relacionadas para o Brasil” analisou dados de 2008 e mostrou a diminuição da expectativa de vida de homens em mulheres por conta de 15 doenças relacionadas ao tabaco, como IAM, doenças isquêmicas, AVC, câncer de pulmão, pneumonia, DPOC, câncer de boca e faringe, câncer de esôfago, câncer de pâncreas, câncer de rins, câncer de laringe, leucemia mielóide, câncer de bexiga, câncer do colo de útero.
Os dados revelaram que as mulheres fumantes têm, em média, 4,5 anos a menos de vida que as não-fumantes e 1,32 a menos do que as ex-fumantes. Para os homens, há uma perda de 5,03 anos dos fumantes em relação aos não-fumantes e de 2,05 anos de vida em relação aos ex-fumantes.
Embalagens padronizadas para cigarro
Um dos projetos de lei em trâmite no Congresso Nacional (no.1744/2015) versa sobre a padronização das embalagens de cigarro, que propõe que os maços tenham cor única, sem quaisquer elementos gráficos da marca ou do fabricante. O nome da marca, tamanho e cor de sua fonte serão padronizados em regulamento a ser expedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O projeto ainda prevê aumento do espaço para advertências sanitárias.