Campanhas criadas pelo Instituto Lado a Lado pela Vida:
A tecnologia na área da saúde avança a cada dia, mas para a prevenção funcionar é preciso tornar as visitas ao médico mais frequentes. Muitos homens, de todas as idades, ainda carregam um sintoma fatal: o preconceito. O comportamento pode acabar com as chances de diagnóstico precoce de doenças graves como o câncer de próstata.
O urologista Aguinaldo Nardi aponta duas razões para o preconceito ainda disputar espaço com a prevenção na saúde masculina. A primeira está relacionada com a questão cultural do homem latino-americano que se sente constrangido para falar sobre sua saúde. Outro motivo é a falsa consciência do sexo masculino em se ver como um ser inatingível.
De acordo com o médico, diferentemente da mulher, o homem se considera indestrutível. O posicionamento do sexo feminino permitiu às mulheres criarem organizações sociais para cuidar de suas necessidades, como a Secretaria da Mulher que aborda o câncer de mama.
“O homem não se reúne para falar sobre o câncer de próstata e pensar em medidas preventivas. Existe uma incapacidade muito grande para essa iniciativa, justamente por ele não reconhecer sua fragilidade”, explica o especialista, autor do livro “A fragilidade do sexo forte”.
O médico afirma que essa postura está relacionada ao meio em que o indivíduo cresceu e vive. Homens hispânicos, por exemplo, conferem o mesmo preconceito que os brasileiros ao exame de toque e à ida ao médico. Já nativos da França, Alemanha e Suécia veem com mais naturalidade essa necessidade.
Novembro Azul
Para o Dr. Nardi, uma das principais vias de quebrar esse preconceito é disseminar a informação. Integrante do Comitê Científico do Lado a Lado pela Vida, Instituto idealizador do Novembro Azul, o médico vê na campanha uma importante ferramenta para mudança de paradigmas.
“Quanto mais o homem entender sobre a doença e as formas de cura, mais ele se sentirá à vontade para falar do assunto. Muitos se surpreendem ao fazer o exame de toque e perceber a distância que existe entre a realidade do que acontece no consultório e a fantasia que criam em suas mentes”.
A recomendação é que o exame de toque seja realizado anualmente a partir dos 50 anos, ou se iniciar aos 45 no caso de histórico familiar e ou outro fator de risco identificado pelo urologista. Para saber mais sobre o câncer de próstata, seus sintomas, tratamento e medidas preventivas, acesse.