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O câncer de próstata é o terceiro mais comum em homens a partir dos 50 anos. Para esclarecer as principais dúvidas sobre esse tumor que tanto aflige o sexo masculino, o Dr. Fernando Cotait Maluf, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado, conversou com uma das maiores autoridades no assunto.
Em entrevista, o Dr. William Nahas, professor titular da disciplina de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro do NAU, do Hospital Sírio Libanês, e também membro do corpo clínico do Hospital São José, falou sobre rastreamento adequado e diagnóstico precoce, além do preconceito em relação ao exame de toque. Confira a seguir algumas das questões esclarecidas pelo médico:
Dr. Fernando - O câncer de próstata pode ocorrer antes dos 50 anos?
Dr. William - É a partir dos 50 anos que cresce a incidência, mas, infelizmente, pode atingir o homem na idade entre os 40 e 50 anos, embora não seja comum. Ele deve ser procurado e investigado naquelas famílias em que há o antecedente familiar da neoplasia prostática. Ou seja, na população em geral, devemos nos preocupar com a enfermidade a partir dos 45 anos segundo alguns, 50 segundo outros; e a partir dos 40 anos se o indivíduo tem antecedência familiar. O segredo do tratamento e o segredo da evolução que tanto falamos da medicina se baseia, na minha opinião, no diagnóstico precoce da doença: descobrirmos anos antes que ela se expresse.
Dr. Fernando – Qual a recomendação em termos de rastreamento?
Dr. William - Eu recomendo o rastreamento aos indivíduos a partir dos 50 anos; e a partir dos 40 naqueles que tem antecedente familiar. E qual o limite superior de pesquisa nesses indivíduos? Essa é uma discussão não só no nosso meio, mas no mundo tudo. No mínimo até os 70, 75 anos aqueles indivíduos devem ser pesquisados e acompanhados. E se diagnosticado o problema, devemos saber a intensidade, a forma, e particularizarmos a forma de atendimento desses doentes.
Dr. Fernando – O toque retal é necessário ou pode ser substituído pelo exame de PSA?
Dr. William – 10 a 15% dos indivíduos vão desenvolver ou vão ter a doença prostática sem a alteração do PSA. Esse é um tipo especial, um grupo específico de doentes, que tem um tipo de tumor, que é a neoplasia prostática, que possui características próprias. É um tumor em que as células são tão estranhas ao nosso organismo, são tão diferentes do padrão, que elas não tem a capacidade de produzir o PSA. Ou seja, o PSA faz parte do diagnóstico, do rastreamento, mas é preciso fazer o toque neoplasia prostática. O toque é importante porque ele vai permitir fazer o diagnóstico naqueles indivíduos que tem a doença prostática. O exame dura apenas alguns segundos e deve assim ser entendido e assim valorizado por todos.
A entrevista completa está disponível no site Vencer o Câncer. Para conferir, acesse.